• YaxPasaj@lemmy.eco.br
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    1 year ago

    De nada! Interessante você mencionar essas questões:

    fator humano de quem pesquisa, de onde se pesquisa e a quem é pesquisado.

    Não apenas isso é levado em conta, como é muito interessante e importante para uma pesquisa bem feita. Se a pessoa que está entrevistando souber o objetivo da pesquisa, ela pode conscientemente sabotar a pesquisa por não gostar do pesquisador ou instituição, ou talvez por achar que ganha pouco, tem vários motivos para má fé; e a pessoa só de saber o que está sendo pesquisado inconscientemente também muda a forma de entrevistar. O mesmo vale para quem está sendo entrevistado, se ela souber o objetivo ela pode responder tudo zoado só de sacanagem, ou tentar responder o que ela que são as “respostas certas”. Não foi por falta de motivos que criaram o teste duplo-cego para mitigar esses problemas, é melhor que entrevistador e entrevistado não façam a menor ideia da motivação ou hipótese de uma pesquisa.

    Tudo é nos detalhes mesmo, se a ordem das perguntas ou das opções de respostas em questões fechadas for sempre a mesma, isso influencia. A forma de um entrevistador fazer as perguntas pode induzir as respostas do entrevistado. No fator humano, o pesquisador ou instituições geralmente estão baforando no cangote de quem coleta as amostras, é comum ter alguém para ligar mais tarde para as pessoas para avaliar se o entrevistador fez seu serviço direito ou se ele não inventou as respostas para ganhar um dinheiro fácil sem ter que ir atrás de pessoas para coleta amostras.

    Onde se pesquisa e quem é pesquisado teve esse exemplo que coloquei mais cedo da metodologia empregada nessa pesquisa. Isso é complicado e tem que ser muito bem planejado mesmo para não introduzir um viés amostral, aquela é apenas uma forma de muitas para mitigar o risco do viés. Fora pesquisas de opinião pública, cada problema tem uma forma de determinar os locais e o tamanho da amostra, alguns exemplos fora dessa caixa: tentar provar que uma doença não existe em uma região, tentar estabelecer uma relação causal entre fatos, determinar os parâmetros de segurança de uma válvula de um foguete espacial, analisar padrões migratórios de populações.

    Eu acho que você está certo em simplesmente não aceitar as conclusões de uma pesquisa só “porque sim”, e esse é o método científico, especialmente quando os dados brutos não estiverem abertos e facilmente acessíveis, mas desacreditar uma pesquisa precisa ser de forma bem embasada. Essa semana eu assisti um vídeo sobre como foi exposta uma fraude em pesquisa comportamental em Harvard, e esse é um exemplo bom de como contestar uma pesquisa fraudulenta. Infelizmente o vídeo está em inglês, mas se algum divulgador científico comentar o caso em português eu passo aqui para atualizar meu comentário.

    • ChapolinColoradoNZ@lemmy.world
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      1 year ago

      Olha, não sei quem tu és mas muito obrigado por existir! Que tu sirvas de exemplo aqui nesse fórum. Estou no trabalho agora mas vou sim ver o vídeo que tu linkou alí depois, com mais calma. =)